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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Saga do Mestrado - Infotag sobre programas de mestrado na FAU

Mais um passo na saga "mestrado na Alemanha"...

Primeiro de tudo: Porque mestrado?

Bom, pra quem não sabe, eu me formei no Brasil enquanto estava fazendo meu estágio aqui. Como só é possível colar grau pessoalmente, tive que esperar atéééé eu poder ir ao Brasil de novo, um longo ano depois, pra poder pegar meu amado-idolatrado-salve-salve Certificado de Conclusão de Curso (o diploma mesmo ainda levou mais um ano pra ser registrado).

Com o certificado de conclusão na mão, #parti pra obter equivalência (veja essa saga aqui). Lá se foram mais uns 7 meses, desde descobrir como faz até receber o Zeugnisbewertung (certificado de equivalência), dizendo que eu tinha o equivalente a um "4-Jährige Bachelor" em Biologia.

Agora, depois de 2 anos aqui... lá vamos nós, em busca do mestrado. E por quê mestrado, e não trabalho na área? "Você quer ser estudante pro resto da vida?" "Só estuda e não trabalha?"

Então, esse bem era o plano A. PORÉM, ao chegar na Alemanha, imigrante, recém-formada, sem falar o idioma razoavelmente... as chances de trabalho que se apresentam não são exatamente aquelas que a gente sonhou, né.

O idioma é a primeira barreira. E nesses 2 anos aqui, com muito curso intensivo, pra vocês terem uma idéia, eu consegui atingir o nível B1 (!). Pra arranjar um bom emprego na minha área, eu teria que ter no mínimo C1, e um C1 do bão... (por isso, sempre, sempre: se você está pensando em morar fora, a primeira coisa, sem nem pensar, é APRENDER A LÍNGUA! Sempre. Inglês aqui só se você vier como turista, senão... auf Deutsch sprechen. Bitte.)

Pra além disso, com a mudança que teve no sistema de ensino superior aqui há alguns anos - o antigo "Diplom" (parecido com a nossa Graduação) passou a ser um bacharelado de 3 anos + um Master de 1 ano, em geral -, quase todo mundo que sai do bacharelado vai automaticamente para um mestrado, pra completar a formação. Com exceção de áreas como TI, que tão bombando na Alemanha e precisando de gente loucamente, todo mundo acaba fazendo uma formação extra depois do bacharel. Somando-se o fato que minha formação nem daqui é, as chances de eu me sobressair aos outros candidatos, só com um bacharelado, sendo realista... é do tamanho de um brezel.

"Mas você pode tentar, não pode ser pessimista". Concordo, SUPER.

MAS, Nürnberg é uma cidade relativamente pequena, e sair queimando chances com todas as empresas por conta de não falar alemão decentemente ou por não ter formação compatível seria bem frustrante, além de tornar tudo mais difícil depois.

Sendo assim... INFOTAG PRO MESTRADO! o/

O Infotag é um evento de informações, com palestras informativas e o pessoal da Uni lá pra tirar suas dúvidas. Essa que eu fui foi na Uni de Erlangen.

Erlangen continua linda.

Escolhi um programa que me aceitasse com o bacharelado que eu tenho, e que me desse boas chances de emprego depois, e lá fui eu, no horário da apresentação da faculdade que eu escolhi.

Fui sozinha, na cara e na coragem. Cheguei um pouco antes, entrei no prédio que tava no endereço, e já vi os standzinhos de cada faculdade. Tudo muito simples, o pessoal bem simpático (e ainda junto com o folder, você ganhava um chocolatinho! MORRI). Perguntei tudo em alemão mesmo, sobre a bendita legalização do diploma - se precisa ou não -, e isso só mesmo na seção de assuntos internacionais da Uni. Mas de resto, me responderam falando devagar, repetindo o que eu não entendi, bem atenciosos. O responsável me deu a sugestão de fazer um estágio antes de aplicar, pra "fortalecer" meu Bewerbung - achei válido, mas bateu uma tensão prévia já... senti meu humilde Bachelor ainda mais magrinho. rs

Depois fui pras palestras informativas: uma sobre como aplicar, a outra sobre o programa em si. Nos dois casos, os palestrantes falaram MUITO rápido, mas até que consegui entender a maioria das coisas. O responsável pelos Applications foi extra simpático, se ofereceu na hora pra falar em inglês, se fosse mais fácil pra mim, e se dispôs a ver meus documentos e me ajudar por e-mail depois, dizendo tudo que ainda faltava, se faltava, etc.
Pro outro palestrante, um dos responsáveis pelo programa de mestrado em questão, eu nem fiz nenhuma pergunta, porque a sensação que eu tive foi que eu só vou estar pronta pra assistir uma aula sobre aquele assunto, com aquelas pessoas, pra lá de 2020!!rs Mas enfim. Vamos ver.

O próximo passo agora, além de descobrir sobre se meus documentos tem que ser legalizados (o que só pode ser feito no Brasil), é ter o excelentíssimo DHS 2 - tipo um TOEFL, só que de alemão, e nível C1. Não sei se eu consigo estar com ele na mão em julho (tirei a dúvida hoje, e sim, tem que já estar com ele na mão, ou pelo menos já ter o nível e já estar pra prestar)... mas vou tentar!

Conclusão de ter ido no Infotag: o pessoal da Uni é MUITO mais acessível do que eu imaginava; meu alemão ainda não dá pra assistir aula em alemão; eu devia mesmo fazer um estagiozinho antes de aplicar.

E ainda ganhei mais um mico pra adicionar naquela minha lista: não lembrei de que aqui se bate na mesa ao invés de bater palma, e fiquei lá, parada sem fazer nada, sentada bem na fileira da frente e com só meia dúzia de gato pingado na sala (ou seja, o cara viu que eu não tava 'batendo palma' pra ele). Ai ai. Mas da segunda vez eu bati!!rs

E é isso. Quem quiser compartilhar seu árduo caminho também, ou me dar alguma dica, tô aceitando aí nos comentários!!

Auf wiedersehen :)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Coisas que vão te dizer (logo de cara) que você está na Alemanha

Esse post não é pra tratar de diferenças sérias entre os dois países, mas sim daquelas coisas que, assim que você puser a cara na rua, já te farão sentir que você não está mais no Brasil, e te dirão um sonoro "Hallo, você está na Alemanha!".

Aí vão algumas delas:



Comida na rua

Você vê um quiosque com cachorro-quente e já vai seco pedindo um. O que você vai encontrar nele, no entanto, não é bem o que você tinha em mente... Você receberá, muito provavelmente, algo parecido com isso:




Sim - é uma salsicha muito comprida, com pepino em conserva, uma cebola meio tostada e catchup. E geralmente também vem com... isso mesmo, chucrute (!). 

E esqueça purê de batata, ervilha e batata palha. Os alemães fazem uma cara de estranhamento total quando você menciona esses itens como fazendo parte de um cachorro-quente "normal". 

No dia a dia

Você está num Lokal (lanchonete/restaurante), horário de almoço, todo mundo comendo... e alguém puxa um lenço e SUPER assoa o nariz.


Acredite: você vai ser o único a estranhar. Aqui é totalmente normal assoar o nariz em qualquer situação. E depois de um tempo você vai entender o porquê: por algum motivo (umidade do ar, o frio, não sei), o nariz de todo mundo fica sempre molhado, todo mundo sofre com coriza, o tempo todo. É um problema tão comum que a maioria das Apotheke (farmácias/drogarias) te dão de brinde um pacotinho de lenços descartáveis sempre que você compra alguma coisa.
E aí... se você for parar e se retirar toda vez que precisar assoar o nariz, você não faz mais nada. 



Atravessando a rua 





Você vai atravessar a rua. Não está vindo carro nenhum. Também não está vindo bicicleta. Não tem mais ninguém na rua num raio de vários metros. Então, você vai lá e atravessa. Certo?


Não! Hallo, você está na Alemanha. Enquanto o homenzinho vermelho não ficar verde, você vai ver todo mundo parado na calçada, esperando, (esperando, esperando,) até poder atravessar.



Pessoal ali parado, enquanto não vem carro nenhum (os carros viriam desse cruzamento)

[perguntei uma vez a um alemão se todo mundo sempre respeita o homenzinho vermelho nesse nível. A resposta foi que geralmente sim, principalmente se tiver polícia ou crianças por perto. Mas uma vez ou outra, pode ser que alguém atravesse.] 

Aí o homenzinho fica verde. Você pensa "finalmente!" e vai atravessando, tranquilamente, porque né, se você esperou tanto tempo todos aqueles carros invisíveis passando, certeza que os carros também vão esperar... certo?
Não de novo. Da primeira vez que um carro veio passando por cima de mim enquanto eu atravessava com o farol de pedestre aberto, eu quis muito xingar. Eu só não xinguei porque, né, teria que ser em alemão e eu não sabia ainda eu era nova aqui e preferi observar mais antes de sair xingando. 


Aí isso aconteceu de novo, e de novo... e eu pensei que não era possível, alguma coisa tinha, já que aqui é o país das zilhões de regras. E eis que um dia eu fui reparar no farol pros carros, que às vezes não pode ser bem visualizado pelo pedestre (e talvez até seja por isso os pedestres respeitem mais/foquem mais no seu próprio farol, esperando ele abrir pra poder atravessar, já que não dá pra ver direito de que cor está o farol pros carros)....

E foi aí que eu me liguei: o farol não fica necessariamente vermelho pros carros... 
ele PISCA! É um outro tipo de farol, adicional, na verdade. E isso significa que: carros podem passar também, contanto que prestem atenção e dêem sempre a preferência pros pedestres e bicicletas. 





Ali à esquerda, a parte do farol que pisca pros carros, enquanto o farol de pedestre/bicicleta fica verde.


Além disso, o farol aqui fica amarelo antes de ficar verde também, e não só antes de ficar vermelho.

E uma das melhores coisas daqui, que eu espero que logo, logo, já não seja mais diferente do Brasil*: bicicleta totalmente integrada à cidade.
E todo mundo vai de bike: crianças, idosos, pais com bebês e crianças na cadeirinha ou na "carroça" (que vai preso atrás da bicicleta, não sei como chama em português), pessoal indo trabalhar de roupa social, indo fazer compras, serviço de entrega dos correios... 



 





*Vi um post essa semana na minha TL do facebook sobre a bicicletada semanal de Santo André, que reuniu 430 ciclistas na última pedalada. Sensacional! Fora os avanços que estão sendo feitos na cidade de São Paulo, a passos largos... Vai que vai!! \o/
!Pra ficar por dentro: Vá de Bike, Renata Falzoni, Ciclocidade, Bicicletada


Cinema e TV



Não existe filme legendado, minha gente. Praticamente todos os filmes, seriados de TV, TUDO é dublado. A dublagem não é bizarra de ruim, mas... é em alemão, né. 
Alguns cinemas passam os principais filmes em versão original (vem escrito OV do lado), aí é em inglês sem legenda.

E não adianta muito trazer DVD do Brasil pra assistir aqui, pois a região é diferente (tem que mudar as configurações do aparelho de DVD/notebook, e parece que só dá pra mudar 4 vezes, depois já era... aí passa a funcionar só pra DVDs da região do Brasil ou só pra DVDs daqui). 


Quem quiser conferir como é o cinema daqui de Nuremberg, vale entrar no site do Cinecitta', que é o maior complexo de cinema da Alemanha (tem 23 salas de cinema, 4 restaurantes, locadora, lounges... uma coisa louca), ou no de um dos cineminhas retrô, tipo o Roxy (que só exibe versões originais, praticamente) ou Meisengeige (que também faz parte do Cinecitta'). 


Transporte público

O metrô aqui não tem catraca, então você vai ver as pessoas simplesmente entrando na estação, descendo a escada rolante e esperando o metrô chegar. Simples assim.


- Mas não tem que ter bilhete? Que ótimo! Todo mundo viaja de graça! - NÃO. E o transporte público é relativamente caro até. Em todas as paradas tem uma máquina de bilhete, onde você pode comprar o seu, e uma maquininha de carimbar, se o seu bilhete for o que vem em tiras (10er Streifenkarte ou 5- Fahrten -Karte). Tem vários tipos de bilhete - de uma viagem só, por trecho, pro dia todo, semanais, mensais... você pode escolher o que for mais vantajoso pra você (e aí já não é tão caro, mas até entender todas as modalidades, as zonas de tarifa, tal... oh Gott!). Mas enfim, você tem que ter o bilhete. 


Quando você está no ponto de ônibus, esperando ele vir, você não precisa dar o sinal pra ele parar. CLARO que eu dei sinal sempre, no primeiro mês inteiro.rs Ele sempre vai parar, se vir que tem gente no ponto (mas pra descer, aí sim, tem que dar o sinal, normal).


E outra coisa que te diz que você está na Alemanha no transporte público: na época escolar, vai ter um monte de criança, a partir de uns 6 anos, fazendo a maior farra, indo ou voltando da escola... sozinhos!

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Devem ter tido mais coisas que me fizeram perceber que estava na Alemanha quando eu cheguei (ah, teve uma no aeroporto que eu lembrei agora: comprei um livro por 9,99, paguei com uma nota de 10 e me voltaram 1 centavo de troco!rs)... mas agora, depois de tanto tempo aqui, já devo ter acostumado e já não lembro mais de muita coisa das primeiras impressões. Se alguém tiver mais alguma coisa pra adicionar à lista, sinta-se à vontade pra botar aí nos comentários!


Aufwiedersehen!